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Dias de medo O QUE ESTOU LENDO “Gosto muito de livros que descrevam histórias reais, principalmente aqueles com um toque pessoal, em que o próprio autor narra os fatos acontecidos. Estou lendo ‘Dias de Inferno na Síria’, uma emocionante trama escrita pelo jornalista Klester Cavalcanti. Em 2012, ele partiu rumo ao país comandado pelo ditador Bashar al-Assad para registrar a guerra civil na região de conflito. Tudo estava dentro do previsto: tinha o visto sírio, passaporte e um contato na cidade de Homs, epicentro da guerrilha entre as forças militares oficiais e do Exército Livre. O projeto era entrar no território sírio pela fronteira do Líbano e acompanhar a ação dos rebeldes, mas deu tudo errado. Ele foi preso, torturado e jogado em uma cela com mais 20 detentos por seis dias. O ambiente acabou sendo propício para que Cavalcanti pudesse realizar seu trabalho e ainda rendeu a publicação. Logo de início, o leitor percebe que se trata de um Por Alan Fonteles texto fascinante. Em um dos relatos, já na metade dos acontecimentos, ganham destaque as amarguras enfrentadas na prisão. O mais interessante é que a narrativa discorre sobre a superação dos seres humanos, independentemente de onde estejam, já que o jornalista não falava árabe e os demais presos não entendiam inglês. Ainda assim, ele conseguiu fazer amizades naquele ambiente inóspito. Sem saber as razões pelas quais estava detido, foi torturado e obrigado a assinar um termo de confissão em árabe, mas se recusou. Em uma das páginas, retrata seus medos e angústias: ‘Tive certeza de que seria assassinado. Fechei os olhos, entreguei a alma a Deus e continuei descendo, com a cabeça abaixada e tateando com os pés no chão. Senti medo. Muito medo. Não havia nada que eu pudesse fazer. Aceitei a morte’. É bom ler e assimilar esse entrecho de superação. Recomendo.” Livro: Dias de Inferno na Síria Autor: Klester Cavalcanti Editora: Benvirá Páginas: 285 OABPREV-SP Fundo de previdência da advocacia registra boa adesão em 2015 10 Alan Fonteles Atleta paraolímpico, medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim e Londres Cinco mil duzentos e dezoito advogados aderiram à OABPrev-SP em 2015, número expressivo e que a destaca entre congêneres. Com uma década de existência, o fundo de previdência da advocacia, neste momento abrigando 38 mil participantes, mantém praticamente o mesmo ritmo de adesões de seus primeiros anos de atividade, comprovando potencial de crescimento equivalente à dimensão de seus instituidores – nove secionais da OAB e Caixas de Assistência de Advogados. Já o patrimônio da entidade alcançou R$ 420 milhões em dezembro último. “A maioria dos fundos de previdência apresenta diminuição no ritmo de adesões no decorrer do tempo. No caso da OABPrev-SP, isso não acontece e as razões são claras: encaramos a disseminação da cultura previdenciária como desafio permanente, contamos com o trabalho intenso de dirigentes, conselheiros e parceiros, e temos como respaldo a credibilidade dos nossos instituidores”, afirma o presidente do fundo dos advogados, Luís Ricardo Marcondes Martins. Os números da entidade no ano passado saltam ainda mais aos olhos se levado em conta o momento da economia brasileira. Em plena recessão, os advogados não deixaram de pensar no futuro. “Os pro- fissionais liberais em geral tiveram um ano terrível, mas, no caso dos advogados, a própria instabilidade os levou a buscar segurança e proteção”, avalia Eugênio Guerim Júnior, diretor de Previdência Privada da Mongeral Aegon, empresa responsável pela comercialização do plano de previdência. De acordo com Guerim, a estratégia de abordagem dos potenciais participantes em 2016 inclui um objetivo ainda mais ousado – 6 mil novas adesões. “Trabalhamos por um objetivo em 2015 e alcançamos um resultado excepcional. Em 2016, vamos buscar um aumento de 20% no total de adesões”, promete, esperando contar com o engajamento das “lideranças da OAB” vencedoras no último pleito eleitoral. “Acreditamos que há um pessoal novo, comprometido com futuro da classe”, assinala. O trabalho de campo desenvolvido pela Mongeral Aegon, que levou às adesões em 2015, é minucioso, tendo só no estado de São Paulo 12 agentes na capital, 12 no interior, um na baixada santista e um em São Bernardo do Campo. Esses agentes, funcionários da Mongeral, atuam exclusivamente com o plano de previdência da OABPrev-SP, ao contrário dos corretores tradicionais do setor. “Aperfeiçoamos nosso trabalho de consultoria junto aos advogados, incentivando os a indicar amigos que tenham interesse em contratar o plano. Com isso, montamos um mailing. Nosso primeiro contato é por telefone, agendando uma visita posteriormente”, relata Augusto Ribas, profissional responsável pela comercialização do plano de previdência dos advogados. “Nessa visita, fazemos uma simulação quanto à expectativa de aposentadoria, levando em conta a quantidade de dependentes do advogado, o quanto ele quer receber no futuro e com quanto ele quer contribuir. Deixamos o advogado à vontade para definir segundo seu perfil”, explica. De acordo com analistas, a crise econômica não compromete o avanço do sistema de previdência complementar fechado no Brasil, e há motivos concretos para se acreditar nisso: 7,5% da população economicamente ativa recebem salários acima do teto do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), portanto precisam de planos complementares para manutenção dos seus padrões de vida depois da aposentadoria. Além disso, na década passada o sistema de fundos de pensão alcançou o que se pode chamar de maturidade regulatória, com legislação específica e abrangente a lhe conferir absoluta transparência.


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