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MONTORO E NOSSA ESCOLA DE LÍDERES “A OAB SP decidiu dar sua contribuição para elevar os padrões da política nacional. E a maneira mais objetiva que encontrou para preencher essa necessidade está na formação de novos líderes.” Sob a inspiração de Montoro, queremos motivar jovens e veteranos profissionais da Advocacia para o ingresso na esfera da representação política 11 PRESIDENTE OAB SP Marcos da Costa contribuindo para oxigenar os canais da democracia. Pois bem, forjar perfis da grandeza de Montoro constitui tarefa que se impõe à sociedade organizada, dentro da qual a nossa Ordem dos Advogados do Brasil exerce papel de liderança. Dos tempos gloriosos da democracia cristã de Franco Montoro aos nossos dias, a política perdeu grandeza, transformada de missão em profissão e, nos últimos tempos, passando a ser espaço para negócios espúrios. A classe dos advogados, como sabemos, destacou-se na fisionomia política do passado, elegendo nomes de relevo e fama, cuja contribuição se pode constatar na elaboração das cartas constitucionais e na definição dos nossos estatutos jurídicos. O fato é que, na esteira da crise da democracia representativa, os advogados foram se distanciando das lides políticas. O próprio Montoro, em visita que fez como senador ao nosso Conselho da OAB SP, pronunciou essa profética frase: “Talvez o afastamento dos advogados dos postos de direção da vida pública e sua substituição pelos tecnocratas estivesse sendo acompanhada de certa insensibilidade pelos aspectos humanos do desenvolvimento. A missão dos advogados é dar ao desenvolvimento esta dimensão da Justiça. Cada homem é nosso irmão, é igual a mim.” Como resgatar os valores da política? Como motivar parcelas da Advocacia a se interessar pela vida pública? A resposta aqui está. Nossa Secional decidiu dar sua contribuição para elevar os padrões da política nacional. E a maneira mais objetiva que encontrou para preencher essa necessidade está na criação de uma Escola de Formação de Líderes. Seu escopo será a formação de lideranças políticas comprometidas com o ideal da política no sentido aristotélico do bem servir à polis. Sob essa inspiração de Montoro, queremos motivar jovens advogados e mesmo veteranos profissionais da Advocacia para o ingresso na esfera da representação política e mesmo nas frentes da administração pública. Um grupo de professores de alta qualificação já trabalha na montagem dessa Instituição de Saber e Conhecimento. Trata-se da contribuição da Advocacia paulista para a construção de um edifício político sobre os pilares dos valores e das virtudes da verdadeira política. Façamos das palavras do nosso saudoso conselheiro André Franco Montoro nosso lume. Dizia ele: “O problema número um do Brasil chama-se Justiça e a solução, liberdade. Que a OAB continue sendo a trincheira da Justiça e da liberdade”. azendo coro às homenagens que se prestam a um dos homens públicos que abrilhantaram a história do Brasil contemporâneo, André Franco Montoro, por ocasião de seu centenário, a Secional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil decidiu realizar um evento cívico, no dia 16, oportunidade em que fez o lançamento da Escola de Formação de Líderes. A homenagem a Montoro reveste-se de muito significado. Primeiro, por ter sido ele um dos nossos conselheiros, ao lado de outras renomadas figuras como Rui Sodré, Filomeno José de Castro, Oto Cirilo Lehmann, Luiz Eulálio de Bueno Vidigal, Esther de Figueiredo Ferraz, Adriano Marrey, Alcides da Costa Vidigal e Oswaldo Aranha Bandeira de Mello. Segundo, porque o ex-governador de São Paulo foi um exemplo para a política brasileira, figura que se destacou pela sua conduta no trato da res publica, respeitado pelas lições que deixou e pelas bandeiras que abraçou, dentre as quais sobressaem a defesa da descentralização administrativa e da democracia direta. Esse ideário se apresenta como o pilar que sustenta a moderna gestão pública. Pela descentralização, os pulmões da administração ganham o oxigênio da autonomia e ferramentas que propiciam melhores controles. Pela via da participação, as comunidades passam a ter decisão na definição das políticas públicas, Jornal do Advogado – Ano XLII – nº 418 – Julho de 2016 SÃO PAULO José Luís da Conceição


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