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EM QUESTÃO Vídeo apresenta projeto do Memorial da Luta pela Justiça Proposta está em fase de captação de recursos; prédio será transformado em centro de preservação da memória 3 Jornal do Advogado – Ano XLII – nº 423 – Dez. 2016/Jan. 2017 SÃO PAULO “Aqui moraram os guardiões da liberdade”. O advogado criminalista Idibal Matto Pivetta escolheu essa frase para encerrar seu depoimento no vídeo-documentário que explica o porquê de a Seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil concentrar energia em levantar recursos para o projeto Memorial da Luta pela Justiça – Advogados Brasileiros contra a Ditadura. A intenção é de, respaldada pela Lei Rouanet, transformar o prédio que abrigou a 2ª Circunscrição Judiciária Militar, onde os presos políticos eram julgados durante o regime militar, em um centro de memória aberto ao público e à reflexão sobre a preservação da história desse período e sobre a relevância da democracia e da liberdade de expressão. “O Memorial será palco de defesa da democracia e de debates para o aperfeiçoamento das instituições no Brasil”, pontuou o presidente da OAB SP, Marcos da Costa, na apresentação do minidocumentário promovido pela diretoria da Secional paulista da Ordem, na sua sede institucional, em 7 de dezembro. Dirigido pelo cineasta Camilo Tavares e produzido a partir de depoimentos de pessoas que vivenciaram aqueles anos de chumbo, entre os quais se destacam inúmeros advogados, a exibição do vídeo foi seguida de homenagem aos profissionais e às autoridades públicas que contribuíram para que a primeira etapa do projeto saísse do âmbito do sonho e caminhasse para a realidade. “As boas ideais vêm com o tempo. As melhores, de repente”, pontuou Belisario dos Santos Júnior, mem- bro da Comissão da Verdade da OAB SP (2013-2015) e ardoroso defensor do projeto. Para ele, criar naquele endereço, que foi a casa do desespero e do medo, um espaço de convivência multissensorial com áreas para cinema, exposições temporárias e permanentes dos acervos dos que viveram a história da resistência, é a melhor forma de, ao reaver a experiência do passado, não permitir que ela se repita no presente. Em 2013, a posse do imóvel foi cedida para a OAB SP e para o Núcleo de Preservação da Memória Política para que se transformasse o prédio da Avenida Brigadeiro Luís Antonio, 1.249, no Memorial da Luta pela Justiça. Exemplos de coragem “Os advogados não se intimidaram e denunciaram as irregularidades que ali ocorriam. Até o prédio era revestido de irregularidades, com uma entrada regular e outra clandestina, usada para ocultar o que ocorria ali”, relembrou Santos Júnior. Se por um lado houve ilegalidades, atrocidades e violações de Direitos Humanos, como ele pondera, por outro, foi naquela casa que os advogados tiveram a coragem de enfrentar membros de um governo totalitário para defender o sagrado direito de defesa. Nessa fase de preparo para o resgate desse período, como explicou Marcos da Costa, “é importante contar com os colegas que possuem documentos dessa época e queiram entregar aos cuidados da Ordem para que esse material venha a enriquecer o acervo do Memorial”. Assim como é importante contar com a contribuição de novos colaboradores por meio da lei de incentivo que o projeto obteve. Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas em http:// www.oabsp.org.br/memorial. Após a apresentação do vídeo-documentário, foram entregues láureas de agradecimento às pessoas que auxiliam na viabilização do Memorial da Luta pela Justiça. Receberam a homenagem da OAB SP: Cláudia Fellice, superintendente da Secretaria do Patrimônio da União; Marlon Alberto Weichert, procurador regional da República; Eloísa Arruda, procuradora de Justiça e ex-secretária de Justiça do Estado de São Paulo; Flávio Pereira Lima e Juliana Gomes Ramalho Monteiro, advogados responsáveis pelo projeto da OAB SP junto ao Ministério da Cultura, e Adriano Diogo, deputado estadual. Entre os convidados que acompanharam o evento estavam: Airton Soares, Tales Castelo Branco, Paulo Sérgio Leite Fernandes, Luiz Eduardo Rodrigues Greenhalgh, Arnor Gomes da Silva Júnior e Carlos Alberto Augusto Baptista. Participaram ainda do lançamento: Fábio Romeu Canton Filho, vice-presidente da OAB SP; Gisele Fleury Charmillot Germano de Lemos, secretária-geral adjunta; Martim de Almeida Sampaio, presidente da Comissão de Direitos Humanos; Cid Vieira de Souza Filho, presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas; Oscar Alves de Azevedo, presidente da Comissão de Ética Pública, e Carlos José Santos da Silva, presidente do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados. Autoridades, membros da Comissão da Verdade da OAB SP e dirigentes da instituição participam da apresentação do vídeo sobre o Memorial Cristóvão Bernardo


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