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Cléa 14 ENTREVISTA A conselheira federal da OAB, Cléa Carpi, tem longa trajetória na advocacia e coleciona, ao lado de pares, batalhas em favor da classe e da sociedade civil. Primeira mulher a presidir a Secional gaúcha, a decana será precursora novamente, desta vez ao receber a principal comenda da advocacia, a medalha Rui Barbosa, na 23a edição da Conferência Nacional da Advocacia, em São Paulo, em novembro. Ela comenta conquistas institucionais, desafios do presente e as iniciativas para ampliar a participação feminina na vida de Ordem. A sra. será a primeira mulher, em 86 anos, a receber a medalha Rui Barbosa. O que lhe inspira a participar da vida cotidiana da instituição há tanto tempo? Sempre entendi que a vida é feita de escolhas, sendo que a importância delas reside na fidelidade. Uma das fidelidades de minha alma é a OAB, por tudo o que tem feito em defesa da cidadania, da justiça social, dos direitos humanos e das prerrogativas profissionais, visando à realização da Justiça, essenciais ao Estado Democrático de Direito. Essa dimensão humana que tem o exercício da advocacia sempre me fascina e me apaixona. Desejo, aqui, renovar meu agradecimento à diretoria do Conselho Federal, a começar pelo presidente Claudio Lamachia, às conselheiras e aos conselheiros que me escolheram para receber a medalha Rui Barbosa, e ao apoio de presidentes de Secionais. Destaco minha gratidão à Comissão Nacional da Mulher Advogada, em especial à presidente e conselheira federal Eduarda Mourão, à vice-presidente Helena Delamônica, também vicepresidente da OAB MG, e à secretária do Colegiado, Florany Mota, bem como às Comissões Estaduais congêneres e às advogadas que firmaram minha indicação por ocasião da II Conferência Nacional da Mulher Advogada, em 2016, objetivando que no Ano da Mulher Advogada, instituído pela instituição, eu fosse agraciada para receber esta que é a comenda máxima conferida pela OAB. Sinto-me profundamente honrada em receber a medalha que tem como seu patrono Rui Barbosa, exemplo de ética profissional e talento jurídico, cuja figura, no dizer de Paulo Bonavides, em país de tão reduzida cultura política como é o nosso, necessitado de paradigmas e referências valorativas, avulta sempre agigantada. Quais foram as maiores contribuições da Ordem para a advocacia e para o país nas décadas em que a sra. atua no meio jurídico? Foram muitas. A Ordem esteve na vanguarda das lutas cívicas que propiciaram a redemocratização, a anistia, o fim da censura, o restabelecimento de eleições diretas em todos os níveis, a liberdade de plena organização partidária e, por fim, a Assembleia Nacional Constituinte que promulgou a Constituição da República de 1988. Fato que reputo dos Eugênio Novaes/CFOAB


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