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Advocacia se despede de Maria Célia do Amaral Alves Cristóvão Bernardo Em Campinas, Regional da CAASP muda para a Casa da Advocacia 25 Instalada no andar térreo da Casa da Advocacia e da Cidadania (Rua Lupércio Arruda Camargo, 111, Jardim Santana), a poucos metros da Cidade Judiciária, abriu as portas em 11 de julho a nova Regional da CAASP em Campinas. A unidade de serviços da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo conta com farmácia, livraria, dois consultórios odontológicos e ampla sala de atendimento, em que a advocacia tem acesso a tudo que a entidade lhe oferece. A antiga regional foi desativada. “A descentralização dos serviços é prioridade para a Caixa de Assistência, seja mediante a instalação de novas unidades, seja mediante a modernização das já existentes. No caso de Campinas, os colegas passam a contar com uma sede nas dimensões que a Subseção merece, a ocupar amplo espaço na Casa da Advocacia e da Cidadania campinense”, afirma o presidente da CAASP, Braz Martins Neto. Para Daniel Blikstein, que preside a Subseção de Campinas da OAB SP, a nova instalação da CAASP completa a efetiva ocupação do prédio, com grande benefício aos advogados. “A partir de agora, os advogados poderão usufruir em um único endereço de todos os serviços da OAB, com maior comodidade e possibilitando também a integração da classe”, salienta. ESPAÇO CAASP Jornal do Advogado – Ano XLIII – nº 429 – Julho de 2017 SÃO PAULO MAIS ESPAÇO: A unidade conta com farmácia, livraria, dois consultórios odontológicos e sala de atendimento Miriam Bizarro/OAB de Campinas “Há quem indague sobre o porquê de se destinarem ações especiais e específicas às mulheres, numa quadra temporal em que se prega a igualdade entre gêneros. A resposta é simples: porque a decantada igualdade ainda não é realidade, restando como meta a ser alcançada. Nós, advogadas, somos maioria no mercado de trabalho do Direito, mas ainda assim encontramos quem resista a nos remunerar nos mesmos patamares em que se situam os advogados homens. Consideradas as ocupações em geral, podemos nos fiar em recente estudo da Organização Internacional do Trabalho para afirmar que não existe igualdade entre homens e mulheres. A OIT recomenda – e nos comprometemos a cobrar isso do Poder Público – que se ampliem as políticas que, direta ou indiretamente, promovam a igualdade de gênero.” Esse trecho, extraído de um artigo de sua autoria, mostra um pouco da firmeza e da determinação que marcaram a trajetória de Maria Célia do Amaral Alves, liderança da advocacia paulista que morreu em 29 de junho último, em decorrência de problemas respiratórios, enquanto compunha pela segunda vez a diretoria da CAASP. Dona de um vasto histórico de trabalho pela advocacia paulista, com atuações marcantes nas Comissões de Ação Social e da Mulher Advogada da OAB SP, além da CAASP, Maria Célia era viúva de outro ícone da advocacia: Sidney Uliris Bortolato Alves, que presidiu a Caixa de Assistência de 2007 a 2009 e faleceu em 2010, quando secretário-geral da Ordem paulista. Ela foi homenageada na sessão do Conselho Secional do dia 17 de julho, na presença de seus filhos Maria Cláudia, Maria Carolina e Luiz Otávio, além de outros familiares. Diretores da Ordem e da Caixa foram ao microfone para lembrar a colega e amiga. “Saudade é um sentimento nobre, e Maria Célia nos deixou muita saudade. Ela conviveu conosco com um sorriso. Era a ponte do conflito para a paz, para a solução”, disse o presidente da CAASP, Braz Martins Neto. “Maria Célia viveu a assistência social dentro a fora da OAB, sempre construindo pontes, jamais muros”, destacou o diretor da entidade Adib Kassouf Sad. “Ótima colega, e uma diretora independente. Trabalhou muito pelos colegas, principalmente para aqueles que nada tinham”, salientou Célio Luiz Bitencourt, também diretor da Caixa. Estavam presentes os diretores Arnor Gomes da Silva Júnior (vice-presidente), Rodrigo Ferreira de Souza de Figueiredo Lyra (secretário-geral), Alexandre Ogusuku (secretário-geral adjunto), Jorge Eluf Neto (tesoureiro) e Jairo Haber. “Agradeço ao criador por ter me dado a oportunidade de conviver com Maria Célia. É daquelas pessoas que ficam, nunca passam. Permanece sua imagem de trabalho, de paz e de companheirismo”, registrou o presidente da OAB SP, Marcos da Costa, que decretou luto oficial. “Pudemos constatar inúmeras vezes sua dedicação à família, à advocacia, à CAASP e suas causas. Por tudo isso ela era efetivamente amada por todos nós”, assinalou o vice-presidente da Secional, Fábio Romeu Canton Filho. Emocionada, a secretária geral adjunta da Ordem, Gisele Fleury Charmillot Germano de Lemos, disse que a amiga é exemplo “de amor, de amizade e de elegância em sua simplicidade, sempre trazendo uma palavra positiva, nunca negativa”. Sua filha Maria Cláudia falou em nome dos familiares presentes. A mensagem transmitida foi de força e fé: “Agradeço a Deus por ter tido pais que fizeram a diferença no mundo em que viveram. Quando meu pai se foi, minha mãe disse que a vida dele acabara, mas a nossa não. Nós vamos continuar a olhar para frente”. Em outro trecho de artigo da lavra de Maria Célia do Amaral Alves, está registrado um pouco mais dos princípios que nortearam seu trabalho como quadro da Ordem e da Caixa de Assistência e que dão sua dimensão como ativista em prol da igualdade de gênero: “Nós, da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo, ao passo que promovemos ações que levam saúde e bem-estar às advogadas que compõem os quadros da Ordem, nos somamos ao coro das instituições, entidades e movimentos que exigem a rigorosa aplicação da Lei Maria da Penha, de notável cunho humanista. E, nesse sentido, cobramos a devida estruturação dos juizados especializados de atendimento às mulheres vítimas de violência, para que decisões relativas à sua proteção não demorem meses para ser proferidas, como não é raro acontecer”. IGUALDADE: Maria Célia do Amaral Alves foi incansável nas lutas pela valorização da advocacia e pelo respeito às mulheres


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