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Karnal 15 Aliás, tem-se intensificando nas diferentes plataformas de comunicação discussões em torno do risco de não percepção da dinâmica do radicalismo político que acaba criando as condições para o seu florescimento. Como o senhor analisa essa questão não só no Brasil, mas no cenário mundial? O radicalismo de direita e de esquerda é um mal terrível. Reforça divisões, pregam discursos de ódio, possuem pouquíssima capacidade de lidar com a diversidade que marca a sociedade e reforçam patologias que ficam adormecidas esperando um “louco” com voz de comando. O radicalismo é o caos, conduz à crise e, nascido de um sentimento de decepção ou de dificuldade, torna sempre tudo pior na História. O candidato radical é a sombra de um medo social medonho que se espalha e assume a forma messiânica. É um risco e uma praga. Das coisas ruins que podem acontecer no Brasil, a pior de todas é a ascensão de um radical. Infelizmente, momentos de decepção política constituem o pântano do qual emergem estes miasmas extremistas com soluções prontas, discurso raso e olhar de ódio. Vivemos este risco. É cedo ainda, porém eu gostaria muito de um candidato não bizarro e tampouco envolvido em falcatruas. A OAB SP e a Cúria Metropolitana organizam um ato contra a corrupção e pela ética em dezembro (09/12) na Catedral da Sé, com o objetivo de mobilizar a sociedade sobre a importância da participação nesse processo. A Ordem também debate temas como ética e inclusão social durante a XXIII Conferência Nacional da Advocacia, neste final de novembro em São Paulo. De que maneiras as instituições que representam a sociedade civil podem contribuir com a melhora do processo participativo em ambiente democrático? Hoje a luta pela transparência e ética não tem origem no Estado, porém nas instituições sociais e de classe. Não se trata nem de julgar se são ações boas ou ruins. Hoje, são as únicas ações. Do Estado, pouco ou nada se pode esperar neste momento. A esperança de um Brasil melhor reside em instituições como a OAB e outras que indiquem a luz em meio à noite radical e corrupta. Precisamos formar espaços de discussão fora da arena cáustica da internet. Formadores de opinião profissionais, escritores, professores e outros devem tomar isto como uma verdadeira missão: a luta pela ética. Trata se da única luta que pode transformar o país. Não importa seu partido ou religião, sua formação ou propostas: sem ética não existe chance para ninguém, a não ser o tipo de rato e canalha com o qual estamos acostumados há décadas. Esse é o momento mais importante da ética em toda nossa atribulada história. O resultado depende agora de cada um. Alea jacta est. Divulgação


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