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Marcos da 14 ENTREVISTA Cristóvão Bernardo À frente de parte significativa da advocacia nacional, Marcos da Costa, presidente da OAB SP, festeja a realização este ano em São Paulo, após 47 anos, do maior encontro da classe, a XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. Espaço para amplos debates e aperfeiçoamentos, além de ter sido ao longo de seus 60 anos de existência marco de influência no cenário político e social do país, a Conferência de São Paulo fez bonito ao bater recorde de público e enfrentar questões complexas do momento atual, dando à advocacia o histórico papel de contribuir para a construção da Nação brasileira. Discussões em torno da área jurídica viraram protagonistas da vida nacional nos últimos anos. Quais desafios essa exposição trouxe para a advocacia? Vejo como demonstração de evolução democrática a sociedade passar a prestar atenção às questões ligadas à Justiça. Caso, por exemplo, das discussões sobre os nomes indicados para o Supremo Tribunal Federal. Agora, por sermos um país marcado por períodos de rupturas institucionais, muitos ainda não conseguiram compreender qual é efetivamente o papel do Judiciário, sua estruturação, as funções exercidas por cada agente do sistema de Justiça e, especialmente, a importância de termos o direito de defesa respeitado em sua plenitude para que a Justiça efetivamente seja realizada. E aí surge a importância do papel da advocacia enfrentando barreiras e incompreensões para fazer com que o direito de defesa seja assegurado em sua plenitude. A XXIII Conferência teve um balanço altamente positivo. Falou-se, no final, em união da classe. Que efeitos o senhor crê que a “Carta de São Paulo” terá? A XXIII Conferência teve como sua principal marca a defesa dos direitos fundamentais. Em um mundo que vem sendo marcado pelo ódio e pela intolerância, e em nosso país, que se depara com os sentimentos de injustiça e de impunidade diante de denúncias diárias de violência crescente e de corrupção generalizada, o evento serviu como verdadeiro oásis a afirmar e reafirmar que os direitos tão duramente conquistados pela sociedade não são a razão desse quadro caótico, mas sim as questões do próprio Poder Público que não consegue cumprir suas missões mais essenciais. E, ao reunir mais de 20 mil advogados em torno de discussões pautadas por esse tema, mostrou a força da união da advocacia na defesa de nossa profissão e da cidadania brasileira.


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