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Perda de dentes traz inúmeros problemas Da fonética à má absorção de nutrientes, são muitos os males causados pelo descuido com a saúde bucal 22 Quando perdemos um ou mais dentes, as consequências vão muito além dos danos à estética e à autoestima. A arcada dentária restante procura se realinhar para cobrir a funcionalidade dos dentes retirados e essa movimentação provoca problemas musculares e articulares que atrapalharam a fonética, reduzem a capacidade de mastigação e de absorção de nutrientes, causa perda óssea, dores de cabeça, nos ouvidos e tonturas. A intervenção, o quanto antes, de um dentista é fundamental nesses casos. “As próteses dentárias e o implante têm como função restabelecer a saúde bucal”, sentencia o cirurgião dentista e gerente odontológico da CAASP, Ricardo Padovese. A odontologia oferece alguns modelos de próteses para atender a diferentes necessidades clínicas – a mais famosa entre elas é a dentadura. As próteses podem ser fixas ou móveis e servem para substituir todo ou apenas alguns dos dentes. Cabe ao profissional em saúde bucal, após uma avaliação criteriosa, para verificar a situação dos dentes remanescentes, escolher o modelo que trará tanto bons resultados estéticos quanto aos ganhos efetivos para o paciente. De modo geral, essa escolha depende da quantidade de dentes a serem repostos, da existência de algum apoio dentário adjacente, da estrutura óssea e também das condições socioeconômicas da pessoa. “A solução mais recomendada hoje em dia é o implante dentário. Pela seguinte razão: para fixar uma prótese convencional é necessário preparar os dentes vizinhos ao espaço, isto é, ‘gastá-los’ para que fiquem na forma apropriada para receber a prótese. No implante, desde que os dentes vizinhos estejam saudáveis, não há necessidade de desgaste dos dentes remanescentes. Além disso, os implantes costumam dar maior segurança e conforto ao paciente”, explica Padovese. “O implante, no entanto, é um procedimento muito mais caro que a prótese convencional, por ter um caráter cirúrgico, por envolver a utilização de mais materiais e também pela qualificação que o profissional que executa esse procedimento precisa ter.” De acordo com o gerente odontológico da CAASP, atualmente só se recomendam próteses dentárias a pacientes que já as utilizam e, portanto, estão habituados ao seu uso, ou a pacientes que não possuem condições financeiras para arcar com os custos do implante. As próteses dentárias costumam apresentar um tempo de durabilidade por vezes menor que a dos implantes. “Em tese, as próteses deveriam durar dez anos. Mas esse é um critério que está ligado diretamente aos hábitos de higiene e alimentação de cada um. Se o paciente é fumante, a prótese dura menos. Se gosta de comer comidas ácidas ou duras, também dura menos. Se deixa de higienizar corretamente a prótese, ela dura menos”, observa o cirurgião dentista. A limpeza de uma prótese dentária deve ser ainda mais criteriosa que a dos dentes naturais. Isso porque gengivas artificiais retêm mais alimentos. Logo, a higienização precisa alcançar a estrutura do suporte de maneira efetiva, para que restos de alimentos não se acumulem e degradem a estrutura. Hoje, há produtos que vão além da escova e do fio dental, que podem auxiliar nessa função, como, por exemplo, os jatos enxaguatórios. De tempos em tempos, as próteses precisam ser reajustadas ou refeitas em consequência de desgaste natural e das mudanças na estrutura bucal, provocadas pelo envelhecimento, que as deixam mais soltas, dificultam a mastigação e podem irritar a gengiva. “O recomendado é ir ao dentista de seis em seis meses para fazer uma reavaliação”, aconselha o especialista. Má higienização Adultos e crianças podem perder um ou mais dentes de diferentes maneiras, por meio de traumas e acidentes e, de forma mais comum, pela falta de hábitos de higiene criteriosos que levam à doença periodontal – a periodontite. “Quando um alimento é retido, as bactérias presentes na boca iniciam um processo de acidificação. Esse ácido em contato com a gengiva causa um processo inflamatório, que pode causar perda óssea e, por consequência, a queda do dente afetado”, explica Ricardo Padovese. O envelhecimento também favorece o surgimento dessa doença. “Com o envelhecimento, nossa calcificação diminui e a redução do cálcio torna mais recorrentes problemas periodontais”, esclarece. Na periodontite a contaminação avança abaixo da margem dos tecidos que dão suporte ao dente (gengiva e osso). É uma doença caracterizada por três estágios – a gengivite, a periodontite e a periodontite avançada. Trata-se de uma doença silenciosa e muitas vezes indolor, seus sinais (gengivas inchadas, vermelhas e sensíveis; sangramento durante a escovação; retração gengival – dentes mais compridos; dentes com mais mobilidade, mau hálito persistente; pus em torno dos dentes) são camuflados ou ignorados até o estágio mais avançado, quando o dente já está exposto e com muita mobilidade. O tratamento da doença periodontal depende do grau de comprometimento do dente, da gengiva e da perda óssea. O gerente odontológico da CAASP adverte que, caso não haja uma melhora na qualidade da higiene bucal diária, nenhum procedimento adiantará. Visitar periodicamente o dentista é um compromisso que não pode sair da agenda e que também serve como ferramenta de prevenção da periodontite e de outros problemas bucais. SAÚDE EM VIGÍLIA: Cuidados com os dentes devem ser constantes, mantendo consulta ao dentista a cada seis meses José Luís da Conceição


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